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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Despida de mim...







Como se em mim já não habitasse alma,
Retiro as vestes deste corpo petrificado.
Deixando cair sob ele quente água,
Visando dar-lhe alento, mas sem resultado.

Saindo, com movimento inconsciente,
Cubro-o de alvo manto.
Sob a bruma, caminho lentamente,
Em frente ao espelho dou lugar ao espanto.

Não reconheço aquele semblante,
Tento enxergá-lo mais de perto.
Tão perto…tão distante, no entanto.
Tem alguns traços meus… decerto.

Contudo, a boca está selada,
Na face, o resultado do consumismo,
A audição foi profanada.
E no olhar…no olhar…

Os olhos que dizem ser o espelho da alma,
Perdendo a calma, neles vejo o abismo!


(Vânia Brasil)


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