Sempre que possam, acompanhem a leitura com o video. Neste blog só publicamos textos da nossa autoria.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Nostalgia



Tantos sonhos desvanecidos,
Que bradam na minha mente.
Devaneios sentidos,
Que se perderam no tempo.

Enfermidade sentenciada,
Que me corrói e desalenta.
Sinto-me impotente e escusada.
Confusa, perdida e sedenta.

Não é tão pelas dores que sou massacrada,
Mas pela incapacidade forçada.
Cada dia é uma dura cruzada,
Que muitas vezes à desistência me sinto tentada.

Oh nostalgia! Nostalgia do passado.
Sorrir era minha convicção,
A esperança o meu cajado,
E os sonhos e projetos, a minha razão.

O presente resignação.
Do futuro tenho medo, apreensão…

(Vânia Brasil)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Despida de mim...







Como se em mim já não habitasse alma,
Retiro as vestes deste corpo petrificado.
Deixando cair sob ele quente água,
Visando dar-lhe alento, mas sem resultado.

Saindo, com movimento inconsciente,
Cubro-o de alvo manto.
Sob a bruma, caminho lentamente,
Em frente ao espelho dou lugar ao espanto.

Não reconheço aquele semblante,
Tento enxergá-lo mais de perto.
Tão perto…tão distante, no entanto.
Tem alguns traços meus… decerto.

Contudo, a boca está selada,
Na face, o resultado do consumismo,
A audição foi profanada.
E no olhar…no olhar…

Os olhos que dizem ser o espelho da alma,
Perdendo a calma, neles vejo o abismo!


(Vânia Brasil)


terça-feira, 22 de maio de 2012

Rendo-me!




O horizonte desapareceu.
O sol pôs-se e não mais nasceu.
Os pássaros já não cantam,
E as flores, sem cor, desencantam.

Dos aromas perfumados,
Já nem tenho lembrança.
Foram-se os sonhos.
Fugiu a esperança.

Agora reinam a perplexidade,
A escuridão e o calafrio,
No meu mundo fatigante, sem vontade…
Apenas o vazio.

Tento procurar-me num reflexo,
Mas não consigo me encontrar.
Tento achar-me em algum anexo.
Mas não sei onde procurar.

Também não continuo,
Sinto que não vale a pena o desempenho.
Acordo e atuo,
Farei do tempo um palco até o cair do pano!

Rendida, desgastada e consumida...
Ouvirei o aplauso da plateia vencida!

(Vânia Brasil)


terça-feira, 10 de janeiro de 2012






























Construí sonhos excelentes,
Imaginei momentos inesquecíveis,
Planeei os dias subsequentes, e
Fantasiei emoções impossíveis!

Acordei com a realidade, consistência,
Dura e cruel! Culpa minha, eu sei,
Pois não é mais que a consequência,
Da ilusão que eu própria criei!

A minha experiencia tentou avisar-me,
Mas eu não escutei.
A razão sufocou o grito,
Que imponentemente silenciei.

Agora sinto-me desamparada,
Nua e sem reacção,
Como alma extraviada,
Sem rumo, nem direcção.

Sinto-me vazia,
Oca e fria,
Tudo me parece surreal,
E ao mesmo tempo, natural.

Confuso, o pensamento, confesso,
Mas a razão vem dar-lhe clareza,
Pois senão me houvesse iludido, reconheço,
Que o sentimento seria outro com certeza.

Resta-me viver o dia presente,
Como se fosse passado,
Até que a menina, em mim, ausente,
Regresse, e
Encontre solução para este enigma complicado.
Esta é agora a minha prece!
E o tempo…o tempo que passe…

(Vânia Brasil)




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